“Os
africanos tocam a vida Cantando”
A oficina vai se assentar na
ideia de buscar a teatralidade que habita em nós. Essa compreensão vai pautar o
chão sagrado que nós vamos trilhar para parir nossa cosmovisão afrodescendente
de produzir uma prática teatral que nos comtemple por inteiro. Na verdade,
(Fecundar) nossa didática encharcada de Ancestralidade Africana; daí porque a
proposta que da vida ao trabalho, nasce do princípio da (fecundidade &
procriação) como valores sagrados na CULTURA TRADICIONAL. A cultura da
ancestralidade africana vai sempre privilegiar a possibilidade de circularidade
nos descendentes. Os brinquedos-dançantes que vitalizam o processo dos nossos
encontros apontam para a possibilidade de uma educação em teatro que não nos
agrida nem nos oprima por sermos quem somos, ou seja, o Teatro do Encantamento
da Ancestralidade Africana é a realização concreta do tamborilar que (canta
& dança & diz) ser plenamente possível fazer teatro para além das
muralhas gregas.
No que se refere ao resultado
final da oficina, a relação [Brincantes & Participantes] – a essência do
teatro de rua – vai se estabelecer a partir dos “brinquedos-dançantes”
utilizados na oficina interna com os brincantes. Isso objetiva explicitar os
caminhos e encruzilhadas possíveis! A intenção é creditar aos “brinquedos-dançantes”
a força vital que ludicamente mobiliza o essencial do CORPO, a fim de
desencadear uma expressão teatralizada que DANÇA e faz TOCAR o TAMBOR do
Pensamento.
Esse deverá ser mais um
momento em que nos conectaremos em ligação direta com o jeito africano de
expressar as coisas da vida: dança, canto, festa e...MÁSCARA! Segundo Ana
Cristina da Cunha Lins “o africano vê na máscara uma possibilidade de
participar da multiplicidade da vida, criando novas realidades fora daquela
meramente humana. Mascarado, ele poderá ser também um homem-espírito, benéfico
ou maléfico, homem-animal, homem-divindade. Isto representa uma real
possibilidade de existir de outra maneira, possibilidade admitida e
reconhecida: de fato ninguém duvida do poder transfigurador da máscara”.
Além de toda essa
riqueza, a MÁSCARA é quem vai possibilitar aos mais tímidos uma “proteção”. Na
verdade seria melhor dizer (revelação) de sua emoção e sensibilidade ainda
utilizadas como forma de defesa. Realmente trata-se de um ritual de iniciação.
@s tímid@s, transfigurad@s pela força e magia das máscaras, entram num diálogo
profundo consigo mesm@ para emergirem de lá renovad@s.
“Alto-Falante: Quando o Corpo
Dança Toca o Tambor do Pensamento” passa a ser a crença na nossa própria
palavra, necessariamente a festa que brinca de reinventar o que nos toca mais
profundamente. Fazer teatro é a liberdade de também (engravidar – parir –
criar) nossa Pedagogia do Baobá, porque “quem sabe de mim sou eu”. É por isso que criamos um oriki que diz: (o
teatro que não está em mim não está comigo). Código de acesso ao processo. Vamos
nessa!?