terça-feira, 25 de outubro de 2016

Eduardo Oliveira (#Canta_e_Dança) com Milton Nascimento - Outro Lugar - (na Cidade Tan-Tan)



Eduardo Oliveira: - Educação Teatral: TEATRO DO ENCANTAMENTO DA ANCESTRALIDADE AFRICANA EM FORTALEZA A CIDADE TAN-TAN

("O encantamento não é um estado emocional, de natureza artística que nos arrebata os sentidos e nos impõe sua maravilha. Não é da ordem do sublime, à qual não podemos resistir, muito menos da ordem religiosa, à qual devemos obedecer. O encantamento é uma experiência de ancestralidade que nos mobiliza para a conquista, a manutenção e ampliação da liberdade de todos e de cada um. Assim, é uma ética. Uma atitude que faz sentido se atualizado na contemporaneidade. Estamos pra além do conceito de tradição e longe do conceito de folclore. A ancestralidade é uma forma cultural em si mesma ética porque o contorno do seu desenho é uma circularidade que não admite o excluído. (…) Seu formato é essencialmente ético, visto que é o conceito mais integrativo que a cultura africana soube produzir em seu itinerário no universo. Multi-verso, diria uma vez que sua trajetória é composta de mil versos superpostos, opostos, complementares e, até mesmo, de paradoxos. Uma ética então que não rejeita a complexidade do mundo (OLIVEIRA, 2012, p.16").

Em nossa concepção uma pessoa de teatro é aquela que doa seu corpo, cabeça & coração às múltiplas personagens que moram em cada um(a) de nós, sendo assim é o mesmo que dizer: ao estabelecer a ludicidade cênica, os BRINCANTES, na verdade, espelham a humanidade que tod@s nós carregamos. Ou seja, uma manifestação teatral, embora ficcional, carrega a verdade da pulsão humana; não escapa ninguém, todo mundo inteiro tá é dentro.

Na compreensão (#Canto_Que_Dança) do Grupo Tambor de Rua, na experiência da prática teatral, isso quer dizer o seguinte: tod@s podem, devem e merecem BRINCAR de serem contemplad@s pelo processo educativo que nosso Teatro do Encantamento da Ancestralidade Africana em Fortaleza A Cidade Tan-Tan, possibilita. Então assim, antes de qualquer coisa, sempre que nós vamos coordenar uma oficina de iniciação teatral, bem lá na frente vão essas duas premissas: nós acreditamos que tod@s podem Brincar de (#Cantar_e_Dançar) no nosso Teatro. É importante frisar essa concepção, pois tudo começa aí, noutras palavras, para o Teatro do Encantamento da Ancestralidade Africana em Fortaleza A Cidade Tan-Tan, tudo tem início antes mesmo de começar.

Dentro dessa minha vivência (#Menino_Velho) ou (#Velho_Menino), eu, (#Wellington_Pará), fico aqui pensando no tempo que eu comecei a me envolver com teatro. Nossa! Como vozes vindas de fora diziam para que eu não fosse pelo caminho do lobo mau. Graças às Forças da Mãe-Natureza, sempre girando a Roda da Cobra que come o próprio rabo, fomos bater aonde as ÁGUAS me ensinaram que tudo tem Vida Viva! “A Água, é a oferenda por excelência” (SANTOS, 1986, p.188). Mesmo o mínimo que existe, se assim se faz, é somente em função de algo maior. Por causa disso me transformei numa pluralidade ambulante, contrária ao |capitalismo-racista-machista-homo-bi-lesbo-transfóbico|. Posso fechar com uma afirmativa de uma Canção (#Canto_Que_Dança): “Ouça o que eu digo: Não ouça Ninguém”.

Como é que isso acontece? Ora é você ir se Tocando para o Badalar que fica dentro da gente. Tudo que a gente faz ou deixa de fazer, dentro da gente, um Toque de Tambor, que é Compu(T)ambor, soa! O teatro foi meu BRINQUEDINHO que, à medida que eu ia descobrindo, eu ia percebendo como ele é a conexão mais perfeita com tudo o que eu chamo de Vida-Viva! Portanto, do meu ponto de vista, o teatro somente nos ajuda a Viver. Deve ser assim como a Filosofia ("igual ao beija-flor de flor em flor"), que sabe sorrir, emocionar, sensibilizar, ("Co-Mover"), ser profunda sem ser empedernida.


O teatro é a mais liberta das odaliscas, cabe tudo e tod@s dentro dele. Coração de Mãe ainda é pouco. E por falar em Mãe o nosso Teatro é Filh@ da Mãe África. Ele é que nem uma historinha infantil que eu li há muito tempo de um cisne que criou um porco-espinho como se seu filho fosse. Acho que foi isso o que me prendeu a ele num nó cego que quebrou dentro e escondeu a ponta. O teatro é um laço que só sabe cativar. É só a gente querer se entregar a ele como somos e vivê-lo do jeito que ele é.

P.S.: Trecho da Tese — BRINCANDO NO (#CANTO_QUE_DANÇA) DO IJEXÁ COM O BUMBA-MEU-B0I: TEATRO DO ENCANTAMENTO DA ANCESTRALIDADE AFRICANA EM FORTALEZA A CIDADE TAN-TAN — Por: Wellington Pará…(Em: 10/07/2015 — sexta — 14h — FACED-UFC — Faculdade de Educação — Universidade Federal do Ceará.