É tão bom quando Canto é, além de espacialidade, noção de pertencimento. Eu canto porque sei que sou parte tocante da teia de uma Ancestralidade Africana que BRINCA de (#Canto_Que_Dança). Canto para que o Senhor do Silêncio, no compasso dessa Canção, inunde a voz desse que agora diz do Afrodescendente que sou. Sim, Descendência Viva, na firmeza indelével desse cantar que sempre embebeda a voz dos passarinhos. Sinta: a tradição flerta com a contemporaneidade. Meu bisavô se toca e meu neto traz o tom. No fim é somente na levada da canção que a ponte se Encanta unindo as pontas. É no plano da sonoridade Ancestral / African@ / Atemporal / que, talvez, faça sentido essa minha absorção por Canções. E quando sua identidade é (#Canto_Dançante), essa Canção passa a ser Brinquedo da Ancestralidade Africana & da Afrodescendência. É, por assim dizer, quem toca nossa vida ascendente, ou melhor, Afrodescendente.
Conforme Henrique Cunha Júnior, em “Nós Afrodescendentes: História Africana e Afrodescendente na Cultura Brasileira, (2005): A África é o continente de mais antiga ocupação pelos seres humanos, tendo sido o lugar de desenvolvimento de grande parte do conhecimento da humanidade. As culturas agrícolas e pastoris tiveram desenvolvimento importante em solo africano. As culturas das manufaturas e das artes também foram intensamente processadas pelos diversos povos africanos. No campo da filosofia, da matemática e da cultura letrada, a África precede outros continentes, realiza um significativo e inesgotável acervo. A realização de cidades, reinos, impérios e sistemas comerciais faz parte do passado africano em todas as regiões do continente. Toda essa enumeração de partes do processo civilizatório da humanidade é necessária para ilustrar a complexidade e a importância da bagagem africana trazida para o Brasil, e também levada, antes de 1500, para Portugal e Espanha. Antes do Brasil, estes países receberam fortíssima colonização africana, decorrente da ocupação da península ibérica pelos mouros durante 700 anos. A Europa, com sua constituição greco-romana, deve grande tributo à base africana”.
In: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO NEGRO E OUTRAS HISTÓRIAS
Páginas: 249–275
Edições MEC/BIRD/UNESO, (2005)
Coleção Educação para Todos.
HENRIQUE CUNHA JÚNIOR - NÓS, AFRODESCENDENTES: HISTÓRIA AFRICANA E AFRODESCENDENTE NA CULTURA BRASILEIRA
Páginas: 249–275
Edições MEC/BIRD/UNESO, (2005)
Coleção Educação para Todos.
HENRIQUE CUNHA JÚNIOR - NÓS, AFRODESCENDENTES: HISTÓRIA AFRICANA E AFRODESCENDENTE NA CULTURA BRASILEIRA